Professor Antonio, candidato ao Senado pelo PSOL


Professor Antonio é licenciado em matemática e biologia, além de advogado, mestre em educação e doutor em geografia e atuou por 26 anos na rede estadual de ensino. Foi vereador em Maravilha e coordenador do Sindicato dos Trabalhadores em Educação de Santa Catarina. Atualmente, é professor na Universidade Federal da Fronteira Sul.


Quais motivos que o levaram a concorrer ao Senado? 

Sempre atuei em movimentos sindicais, de direitos humanos e sociais, e tenho percebido que a sociedade brasileira está caminhando para uma situação de pobreza muito grande de alguns, e de riqueza muito grande de outros. Isso gera uma situação de violência em vários aspectos. Há um quadro de agravamento dessa situação com as Reformas impostas pelo atual governo, que retiraram direitos dos trabalhadores. Também, enquanto alguns têm isenções fiscais de muitos milhões, outros são penalizados com esse conjunto de medidas reformistas. Isso me motivou a colocar meu nome à disposição para a candidatura ao Senado.


Estando no Senado, como resolver os problemas que o senhor citou?

Precisamos ter distribuição de renda, e, pra isso acontecer, temos que cortar privilégios. Entre eles, as aposentadorias de ex-governadores, as aposentadorias hereditárias. Acredito que os direitos adquiridos, quando forem injustos e imorais, devem ser revistos. Precisamos cortar os privilégios públicos. Também atacar as isenções fiscais. De 2012 a 2017 tivemos aproximadamente 400 bilhões de reais em isenções no Brasil, além da sonegação. Em Santa Catarina a isenção fiscal chega a aproximadamente seis bilhões de reais. É um privilégio que prejudica o próprio capital. É desleal. O pequeno precisa pagar imposto diariamente, enquanto 1% da população, que são os mais ricos, praticamente não pagam impostos. Nosso entendimento é que precisamos rever esse conjunto de privilégios e aumentar a renda das pessoas. O benefício fiscal deve passar por uma série de critérios.


Iniciando o mandato no Legislativo federal, caso seja eleito, qual será a primeira medida?

Estabelecer um plebiscito para discutir o salário de todos os cargos eletivos. Os altos salários, que são determinados pelos próprios ocupantes de cargos públicos, têm que mudar. Esse é o primeiro ponto para cortar privilégios. Não pode o próprio deputado, senador, vereador ou qualquer outro, estabelecer o próprio salário. Outros critérios são necessários para que possamos começar a cortar privilégios pela própria classe política.


Além dessa medida, mais pontual, o que mais pautaria um eventual mandato?

Pretendemos que se faça um grande plebiscito para discutir a real necessidade de continuar com o Senado. Nossa proposição é de um Congresso único, um Legislativo unicameral, para que se tenha mais agilidade na aprovação de projetos e que as funções do Senado possam ser cumpridas pela Câmara, rediscutindo a representatividade dos Estados. Mesma coisa vale para a indicação dos ministros dos Tribunais de Contas, por exemplo. Hoje acaba sendo um espeço para apadrinhados políticos. Então, é preciso fazer uma grande discussão. Não é reinventar a política, mas fazer uma grande revisão em tudo isso que está posto.

Também promover um grande debate com a sociedade do conjunto de privilégios existentes hoje. Além disso, colocar em discussão o fim da reeleição para todos os cargos. Acho que grande parte da corrupção acontece pela reeleição, pois acaba sendo criada uma estrutura para manter o mandato.