O Dia do Colono e do Motorista, comemorado em 25 de julho, nos remete à trajetória daqueles que ao longo de décadas plantaram as bases do desenvolvimento e progresso do nosso país. A reverência ao homem do campo deu-se ainda no início do século passado, em meio às comemorações do centenário da vinda dos primeiros imigrantes ao Rio Grande do Sul. Já a homenagem aos condutores de veículos está relacionada ao padroeiro da categoria, São Cristovão.
Até hoje, as duas comemorações estão estreitamente relacionadas. Não somente pela coincidência de datas, mas também pelo papel fundamental de unir quem trabalha na terra para produzir alimentos e aqueles que transportam a produção para todos os cantos do Brasil. Mas as duas funções têm ainda mais em comum do que se imagina: as constantes dificuldades encontradas no decorrer dos anos.
Diariamente, motoristas enfrentam longas jornadas em rodovias municipais, estaduais e federais, onde a insegurança tornou-se uma carona permanente. No caminho, se deparam muitas vezes com péssimas condições de trafegabilidade. Não podemos desconsiderar que houveram muitos avanços no setor rodoviário gaúcho e nacional nas últimas décadas. Mas não há dúvidas de que há muito a ser feito ainda. Somente no Estado, mais de 100 municípios ainda não possuem acesso asfáltico.
Nesses lugares, o escoamento da produção só tem uma rota: estradas de chão batido.
Se já não fosse o bastante, os motoristas ainda são levados a arcar com os altos valores dos combustíveis e dos pedágios. Diante disso, o frete encarece e, por consequência, eleva o preço da mercadoria transportada para o consumidor final. Dessa forma, o valor agregado a um produto é bem diferente do preço pago àqueles que debaixo de chuva ou sol trabalham para produzir os alimentos que chegam à mesa de todos os brasileiros. À força braçal e ao suor do dia-a-dia, somam-se ainda os elevados preços de fertilizantes e implementos agrários. Para arcar com os elevados custos de produção, os colonos acabam recorrendo a financiamentos agrícolas. Estes, acabam se transformando em um pesadelo quando a safra é atingida em cheio por estiagens.
Seja em lavouras ou estradas, colonos e motoristas escreveram e continuam escrevendo algumas das mais belas páginas do progresso do homem. Mas, no momento em que se vive uma intensa globalização, novas dificuldades e desafios surgem para esses profissionais. Diante desse cenário, aqueles que plantam e transportam a produção clamam por melhores condições de sustentabilidade e sensibilidade dos órgãos governamentais.
Deixe seu comentário