Perdas na agricultura com as chuvas dos últimos meses causaram prejuízos de mais de R$ 7 milhões

Edinei Wassoaski CANOINHAS A Coordenadoria Municipal de Defesa Civil (Comdec) de Canoinhas se reuniu ontem à tarde para avaliar as perdas que a agricultura canoinhense sofreu com as sucessivas chuvas que tem caído na região nos últimos meses, por três vezes acompanhada de granizo. Representantes do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) e da Empresa de Pesquisa Agropecuária e Extensão Rural (Epagri) revelaram dados que estabelecem um cenário preocupante. Segundo o IBGE, as perdas nas lavouras de feijão, milho, fumo, cebola e trigo chegam a R$ 7,34 milhões (veja tabela). Já a Epagri, baseada em dados da estação meteorológica de Major Vieira, revelou que somente nos 15 primeiros dias deste mês de novembro, choveu 80% do que choveu no mês inteiro de novembro de 2007. Os números ficam ainda mais espantosos ao comparar os meses anteriores. Em agosto de 2007 choveram 15 milímetros de água. No mesmo mês deste ano, foram 98,2 milímetros. O mês de outubro foi o mais chuvoso do ano ? 266 milímetros, o que acelerou consideravelmente os prejuízos no campo, já que o mês é decisivo para a germinação da maioria dos grãos plantados em setembro, início de safra. A cultura que apresentou maior perda foi o milho. O IBGE estima que dos 9,5 hectares plantados, houve perda de 12.240 toneladas, o equivalente a cerca de 204 mil sacos do grão. Como o processo de plantio ainda não havia iniciado, as perdas com a safra de fumo são calculadas baseadas na adubação, que precisou ser refeita por conta da erosão causada pela chuva. ESTADO DE EMERGÊNCIA Baseado nestes dados, o Comdec deliberou ontem pela decretação do estado de emergência em Canoinhas. Segundo o coordenador municipal da Defesa Civil, Felippe Saliba Davet, a expectativa é de que a Defesa Civil do Estado reconheça a situação em 30 dias. O caminho, no entanto, é espinhoso. Existem 13 passos que precisam ser tomados para que o decreto seja reconhecido, além do que, 10% do PIB do município têm de estar comprometido pelas perdas na agricultura. ?É difícil chegar neste percentual?, admite Davet. O secretário de Administração, Argos Burgardt, lembrou que o decreto municipal permite o município a usar uma reserva de contingência de R$ 585 mil para auxiliar os que sofreram perdas com as chuvas. O decreto de emergência foi aprovado por unanimidade pelos membros do Comdec.