Adelmo Alberti (PSDB) faz um balanço dos primeiros 150 dias de mandato e critica atravessadores que negociam fumo

Edinei Wassoaski

BELA VISTA DO TOLDO
 
Adelmo Alberti (PSDB) hoje goza de posição privilegiada como prefeito de Bela Vista do Toldo. Bem aceito na cidade, o prefeito ainda influencia em decisões regionais. Na entrevista a seguir, concedida no novo e amplo gabinete, Alberti faz um balanço dos 150 primeiros dias de segundo mandato, fala sobre arrecadação e política. Acompanhe.
 
A experiência de um primeiro mandato ajuda muito no segundo?
Sim. Há demandas do primeiro mandato que estamos concluindo agora, especialmente na área de pavimentação. Iniciamos o segundo mandato pavimentando duas ruas e agora estamos iniciando mais três ruas. O primeiro mandato foi para conhecer a máquina, como funciona a administração. Hoje já temos este conhecimento, tanto que criamos uma Secretaria de Planejamento, para trabalhar projetos. Na área de educação já temos dois projetos, um para ampliação da escola do Rio Bonito, que está em fase de licitação, e da comunidade do Rio dos Poços, que vai sofrer um processo de descentralização dos alunos que iremos absorver do Estado. Estamos preparando a escola para absorver estes alunos até 2010. Todo ano queremos absorver 100 alunos do Estado, já que a meta é que até 2012 todos os alunos de ensino fundamental estejam matriculados em escolas municipais.
 
A pavimentação é prioridade?
Sim, mas estamos trabalhando em outras áreas também como a da saúde, na qual estamos licitando uma unidade de saúde na localidade de Lagoa do Sul. Estamos fazendo também, um acerto final para a construção de um centro de especialidades médicas em parceria com o Governo do Estado, com quem já empenhamos recursos da ordem de R$ 1,5 milhão.
 
A nova sede da prefeitura já está estruturada?
Estamos nos estruturando. Hoje estão aqui (na nova prefeitura) as Secretarias de Desenvolvimento e Bem-Estar Social, Administração, Planejamento e a estrutura do gabinete.
 
As demais estão em prédios alugados?
Não. A Secretaria de Educação está no prédio da antiga prefeitura, a de Obras também está em prédio próprio. Somente a Secretaria de Agricultura está em prédio alugado.
 
Quanto foi possível economizar com esta mudança?
Mais de R$ 3 mil em aluguéis.
 
A Câmara aprovou na semana passada a suspensão do pagamento de vale-combustível para vereadores e secretários que viajarem em veículo próprio em compromissos oficiais. No entanto, ficou mantido o pagamento para as suas viagens. Por quê?
Sim. Esta lei foi criada em 2006. A nossa assessoria jurídica fez uma pesquisa para ver da possibilidade de eu ser ressarcido, já que viajava com meu carro. O Tribunal de Contas segue este modelo. Eles pagam ¼ do valor do litro de gasolina por quilômetro. Aí criamos esta Lei (em Bela Vista do Toldo). Só que a Lei ficou aberta, todos que fizessem o requerimento tinham direito ao ressarcimento. Agora, somente o prefeito ou alguém que estiver substituindo o prefeito, quando em viagem oficial, pode ser ressarcido. A Lei foi aprovada por unanimidade, embora eu tivesse deixado aberta a questão. Só que se fosse cortado o subsídio para o prefeito, nós compraríamos um veículo para o gabinete.
 
Todas as prefeituras estão reclamando da queda na arrecadação. No caso de Bela Vista do Toldo, chama a atenção o fato de a maioria das pessoas aqui viver da agricultura.
O problema está relacionado ao desvio de fumo. Nos anos anteriores tivemos muito fumo vendido a atravessadores sem nota fiscal. Pelo menos 30% do fumo foram vendidos assim, provocando uma queda de 15% na arrecadação de ICMS. Quem ganhou com isso foi Major Vieira, porque como o fumo não sai sem nota da região, os atravessadores vendiam para compradores de Major Vieira que tiravam as notas por lá. Este ano estamos sendo rigorosos na fiscalização a fim de coibir situações como essas.
 
A estiagem tem prejudicado muito a cidade?
Sim, tivemos perda muito grande, especialmente nas safras de soja e milho. Acreditamos que o fumo vai superar as expectativas, porque as empresas estão pagando bem, o que estimula a emissão de notas fiscais. Há casos de produtores que vão pagar dívidas da safra do milho com o dinheiro que conseguiram com o fumo.
 
Como o senhor está encarando o projeto de recuperação ambiental que está sendo empreendido na Serra do Lucindo (leia matéria na página 15)?
É um projeto muito interessante, inclusive estamos conversando com os membros da ONG para fazer uma parceria já que temos uma área de araucária próximo da sede do município. Nossa intenção é fazer do local um parque ambiental.