Paulo Glinski (DEM), presidente do Democratas municipal, é o entrevistado da semana

CANOINHAS ? O talento com que Paulo Glinski (DEM) desenvolve sua carreira como advogado, foi emprestada a carreira de político iniciada há três anos. Cuidadoso nas palavras, estrategista exímio, ele já projeta o Democratas, cuja presidência assumiu há duas semanas, para as eleições 2008. Acompanhe:

 

CN: Como o Democratas está se preparando para as próximas eleições?

Tivemos uma reunião da executiva na semana passada e adotamos a seguinte estratégia: Vamos fazer um trabalho para localizar estes mais de mil filiados. O partido passou um longo tempo sem promover reuniões com os filiados, dispersando estas pessoas. Além de buscarmos estes filiados, vamos buscar novos filiados, dentro dessa nova visão, a partir da refundação do partido. Queremos nos desligar desta visão de fisiologistas, ligados ao poder independente de quem esteja lá. Hoje, o partido é oposição, inclusive no município. Há uma movimentação à nível nacional pela renovação.

 

CN: O DEM vive hoje três realidades diferentes. Nacionalmente, perde figuras que representavam as oligarquias como ACM e Jorge Bornhausen, estadualmente comunga com o Governo e em Canoinhas é oposição. Isto não confunde a ideologia do partido?

Não. O fato de compor a tríplice aliança foi uma decisão do diretório estadual, mas isso não interfere em nada na nossa condição de oposição no município. Jamais houve um pedido para que mudássemos nossa postura nos municípios. Confunde, mas não interfere. O eleitor terá uma certa dificuldade, mas teremos de explicar isso.

 

CN: Então o Democratas de Canoinhas não comunga da Tríplice Alianças (que reelegeu Luiz Henrique da Silveira governador)?

Não comungamos, efetivamente, com o poder executivo municipal. No entanto, com os partidos, PMDB e PSDB, temos diálogo, com os vereadores destas siglas, com os diretores. Vemos que dentro destes partidos temos pessoas insatisfeitas com o comando do Executivo.

 

CN: O senhor não teme que a Tríplice Aliança estadual force uma coligação na qual o DEM apóie a reeleição do atual prefeito?

Com certeza a Tríplice Aliança vai buscar que se repita esta coligação na maioria possível de municípios. Agora, não quer dizer que isto vá acontecer em Canoinhas. Deixei bem claro ao assumir a presidência do DEM, que não haveria porque fazer um processo de renovação aqui, para simplesmente aderir a uma aliança por imposição estadual. Nós vamos ter liberdade em Canoinhas. Hoje, nós vamos trabalhar na possibilidade de ter o nosso candidato a prefeito ou na possibilidade de ter uma coligação com alguém que comungue das nossas idéias, o que, no momento, não seria o atual comando do executivo municipal.

 

CN: Neste momento?

Na minha opinião, não haveria condições de manter uma composição com o prefeito Leoberto. Claro que isto depende de uma decisão partidária, mas pelo que percebo, há um consenso em torno de um projeto diferente, o que não casa com o atual governo.

 

CN: Existem conversações com membros do PMDB?

Sim, temos um excelente relacionamento com membros do PMDB, mas não conversamos ainda sobre o futuro do PMDB.

 

CN: E os demais partidos?

Conversei bastante com o professor João (Rosa Muller) e com o PSDB sobre possibilidade de compor. Com o PMDB, não, porque eles já têm um candidato natural que é o Leoberto.

 

CN: O senhor já se declarou pré-candidato a prefeito. Com a pré-candidatura de Verka no PSDB e de Muller no PP, inviabiliza uma tríplice aliança entre DEM, PSDB e PP?

O que não vai acontecer é o DEM se jogar em aventura. Vamos fazer um acompanhamento por meio de pesquisas e, lá na frente, verificando a densidade eleitoral nossa e de outros candidatos e as propostas de trabalho, há sim possibilidade de uma coligação com o PP e o PSDB.

 

CN: Mas o senhor abriria mão da cabeça de chapa?

Se o melhor para Canoinhas seja que eu abra mão da minha candidatura a prefeito, com certeza.