Pressão popular levou maioria a revogar Lei que criava cargos
Edinei Wassoaski
CANOINHAS
A voz do povo falou mais alto e nove dos dez vereadores de Canoinhas votaram pela revogação da Lei que criou dez cargos de assessores de vereadores mais um de assessor jurídico na estrutura funcional da Câmara.
A revogação foi anunciada antes mesmo da votação. Somente na terça-feira, 3, os vereadores realizaram a primeira votação da revogação. Apenas Tarciso de Lima (PP) votou contra a revogação.
Com o plenário lotado, os vereadores anunciaram a decisão com pompa e circunstância. A maioria fez discursos exaltando a revogação.
O anúncio foi feito por Paulo Glinski (DEM). ?Se não temos condições de ouvir o clamor popular não temos condições de assumir o cargo de vereadores?, emendou.
João Grein (PT), depois de votar a favor da criação dos cargos, afirmou que foi o primeiro a votar pela revogação, emendando um discurso que remontou sua trajetória dentro e fora da política.
No mesmo tom de nostalgia, Beto Passos (PT) lembrou que desde o princípio ele e o vereador Alexey Sachweh (PPS) foram contra a criação dos cargos. Beto condenou a atitude de membros da imprensa que teriam chamado os vereadores de ?vagabundos? por conta da criação dos cargos. ?Não admito que eu e meus colegas sejamos tratados neste tom?, enfatizou.
Sachweh também reafirmou sua posição contrária a criação dos cargos. ?Não sou contra a contratação de assessores, desde que o vereador arque com os custos?, frisou.
Wilson Pereira (PMDB) disse que ?demos um passo para trás em benefício da comunidade?. Ele lembrou que o dinheiro que restou no caixa da Câmara no ano passado (cerca de R$ 450 mil) foi entregue a prefeitura, que encaminhou o valor para o Hospital Santa Cruz. Com a cifra, o HSC conseguiu cobrir a folha de pagamento extra decorrente do 13.º salário dos funcionários.
A revogação deve passar por segunda votação na próxima semana.
ENTIDADES PRESSIONARAM
A revogação da Lei impediu que um grupo de mais de 15 entidades de classe realizassem uma grande mobilização no centro da cidade neste fim de semana. A ideia era colher ao menos duas mil assinaturas ? cerca de 5% do eleitorado ativo ? para viabilizar a entrada de um projeto de origem popular que pedisse a revogação da criação dos cargos. Dezenas de representantes destas entidades levaram botons que eram entregues a plateia com a expressão destacada ?Assessores não?.
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