Artrite reumatóide
DR. EDER VOLTOLINI - Cremesc 12969 -Contatos com o colunista: [email protected]
Artrite reumatóide é uma doença inflamatória crônica, autoimune, que afeta as membranas sinoviais de múltiplas articulações (mãos, punhos, cotovelos, joelhos, tornozelos, pés, ombros, coluna cervical, etc.) e órgãos internos, como pulmões, coração e rins. A progressão do quadro está associada a deformidades e destruição das articulações, que podem comprometer definitivamente os movimentos das pessoas geneticamente predispostas.
Não se conhecem as causas da doença, que afeta duas vezes mais as mulheres do que os homens entre 50 e 70 anos, embora possa manifestar-se em ambos os sexos e em qualquer idade. A forma juvenil tem início antes dos 16 anos, acomete número menor de articulações e provoca menos alterações no exame de sangue.
Sintomas
No início, os sintomas podem ser insidiosos e comuns a outras enfermidades. No entanto, podem ocorrer abrupta e simultaneamente. Os mais comuns são rigidez matinal que regride durante o dia, mal-estar, diminuição do apetite, perda de peso, cansaço, febre baixa, inchaço nas juntas das mãos, punhos, joelhos e pés que ficam deformadas com a evolução da doença.
Recomendações
• Não tenha medo: artrite reumatóide não é doença contagiosa nem hereditária;
• Lembre que a artrite reumatóide sem tratamento pode ter como consequência a total incapacidade de movimentar-se;
• Não se automedique nem atribua ao envelhecimento sinais que possam ser indicativos da artrite reumatóide.
Diagnóstico
O diagnóstico leva em conta os sintomas, o resultado de exames laboratoriais (VHS, proteína C-reativa e fatores reumatóides) e por imagem (raios X, ressonância magnética, ecografia articular).
O Colégio Americano de Reumatologia estabeleceu os seguintes critérios que ajudam a nortear o diagnóstico (os quatro primeiros devem estar instalados durante seis semanas pelo menos):
• Rigidez matinal;
• Artrite de três ou mais áreas, com sinais de inflamação;
• Artrite de articulação das mãos ou punhos (pelo menos 1 área com edema em punho);
• Artrite simétrica (a simetria não precisa ser perfeita);
• Nódulos reumatóides;
• Fator reumatóide sérico positivo;
• Alterações radiográficas (erosões ou descalcificações articulares).
Tratamento
Quanto mais cedo for diagnosticada a doença e iniciado o tratamento, melhor será o prognóstico. Embora ainda não se conheçam os recursos para a cura definitiva, é possível obter a remissão dos sintomas, preservar a capacidade funcional e evitar a progressão das deformidades.
Repouso só deve ser indicado em quadros muito dolorosos e por pouco tempo. Atividade física e fisioterapia são importantes para controlar o comprometimento das articulações e a perda da mobilidade.
O tratamento medicamentoso inclui analgésicos, anti-inflamatórios não esteróides (DAINE), cortiscoroides e drogas imunossupressoras, como o metrotrexato e a ciclosporina. Alguns medicamentos mais recentes, desenvolvidos através de tecnologias baseadas na biologia molecular, trazem novas possibilidades terapêuticas.
A cirurgia e a colocação de próteses articulares podem representar uma opção de tratamento, nos estágios avançados da doença.
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