Desconto em Canoinhas é de, em média, 50% para remédio básico
Gracieli Polak
CANOINHAS
Na hora de comprar remédios para qualquer mal, Maria José das Neves é direta ao fazer seu pedido. “Quero que seja genérico. Bem mais barato, não é?”, questiona a aposentada. O segmento farmacêutico, que hoje representa 19% do mercado de remédio do País não tem conquistado somente os consumidores, atraídos pelo preço, mas também os proprietários de farmácias, pelos lucros que propiciam.
Fabricados com controles rígidos de qualidade, os medicamento do segmento movimentam R$ 3,4 bilhões ao ano e, pela lei, o medicamento genérico deve custar pelo menos 35% menos que o de marca e até 30% a mais ao consumidor em relação ao preço adquirido na fábrica. Essa margem entre o valor adquirido nas fábricas ao preço final para o consumidor, aliada aos grandes descontos concedidos pelos fabricantes devido à alta concorrência no setor, garante lucros de até 200% para alguns medicamentos, mesmo com a regulamentação dos preços, realizada pela Câmara de Regulação do Mercado de Remédios (Cmed). Mesmo com a regulação própria das farmácias, comprar remédio genérico ainda é um bom negócio.
Em Canoinhas, um dos medicamentos mais consumidos, o antipirético e analgésico Tylenol, é comercializado a uma média de R$ 14 enquanto seu genérico, a base de paracetamol, é vendido a uma média de R$ 6, variação que supera a exigida pela lei. Na farmácia que oferece o preço mais barato o genérico é vendido a R$ 3,47, enquanto o de marca a R$ 10,78. Na farmácia mais cara, o genérico sai a R$7,25 para R$ 14,30 do de marca. A diferença no preço de uma farmácia para outro, afirma um gerente de estabelecimento que não quis se identificar, está nos descontos conseguidos junto aos laboratórios.
PREÇO COMPENSA
Segundo a atendente de farmácia Luciney Gneipel, a variação entre o preço já é assimilada pelos clientes, que hoje pedem o medicamento genérico com mais freqüência. “Mas ainda tem aqueles que não aceitam”, diz.
Pela lei, a oferta do genérico pelos atendentes é permitida pelos atendentes, mas mesmo com a indicação legal, alguns ainda duvidam.“Hoje muitas pessoas aceitam trocar o remédio de marca pelo genérico, mas geralmente os mais idosos mostram resistência, preferem o mais caro a trocar o nome da receita”, conta Adriano Boreck, atendente de outra farmácia. Segundo ele, a venda de genéricos, no entanto, só não é maior porque nem todos os remédios possuem a versão mais barata. Por este motivo, uma farmácia especializada na venda dos genéricos na cidade também apresenta remédios de marca. “Há países em que a venda de genéricos já chega aos 80%. O mercado no Brasil já está em expansão e vai crescer ainda mais nos próximos cinco anos”, acredita César Alexandre Pereira.
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