Caps atende a doentes mentais e usuários de drogas
Gracieli Polak
CANOINHAS
Na década de 1980 o Brasil começou a colocar em prática a reforma psiquiátrica, garantindo melhores condições de tratamento para os pacientes com transtornos psiquiátricos. Com a reformulação do sistema, os tratamentos de choque e as camisas de força foram abolidos e os direitos dos portadores de transtornos começaram a ser respeitados.
Saíram de cena os chamados hospitais psiquiátricos de caráter asilar, começaram a ser instalados os Centros de Atenção Psicossocial (Caps), mas somente agora os doentes mentais são percebidos pela sociedade por meio do personagem Tarso, vivido pelo ator Bruno Gagliasso na novela Caminho das Índias, da Rede Globo de Televisão. Mais que ficção, o jovem esquizofrênico tem roubado a cena e colocado os transtornos em debate em todo o País, que hoje adota um sistema modelo de tratamento, inclusive em Canoinhas.
“Os pacientes devem ser tratados no convívio com seus familiares, recebendo atendimento e atenção em período integral, mas sem se desligar das famílias”, explica a coordenadora do Caps de Canoinhas, a assistente social Viviane Aparecida Stange. Implantado em 1997, época em que os pacientes eram internados em hospitais psiquiátricos, o Caps surgiu com uma alternativa de tratamento de respeito ao doente mental e atualmente atende a cerca de 50 pacientes diários, com transtornos mentais graves e dependências de álcool ou drogas.
Inicialmente criados apenas para atender aos doentes mentais, segundo Viviane, hoje os tratamentos são mais amplos e sobrecarregam o sistema, por este motivo a capacitação da rede básica de saúde é umas das metas a serem alcançadas. Mas, hoje, o que sobrecarrega o Caps não são as doenças mentais e sim um problema que ultrapassa as barreiras da saúde pública: a dependência de drogas.
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