Caso suspeito de morte foi velado e sepultado em Major Vieira

Edinei Wassoaski

MAJOR VIEIRA
 
Uma moradora de Major Vieira que cuidava do filho em Curitiba-PR contraiu gripe com sintomas de H1N1. Antes de sair o resultado do exame, no entanto, ela faleceu. Seu corpo foi trazido para Major Vieira. Segundo fontes ligadas a família, o corpo foi velado por horas com o caixão aberto. Como o vírus H1N1 sobrevive até 10 horas, as chances de – caso o vírus seja de fato o da nova gripe – ter se proliferado, são consideráveis. Assim que o resultado do exame que vai identificar o motivo da morte da mulher for divulgado, caso a suspeita se confirme, todas as pessoas próximas da mulher serão colocadas em observação médica.
Segundo a enfermeira da Vigilância Epidemiológica de Major Vieira, Cíntia Oliveira Floriano, a família velou o corpo da senhora com o caixão lacrado. Mesmo que aberto, as chances de que o suposto vírus tenha sido transmitido são mínimas. “A família (do caso suspeito) está sendo tratada como qualquer cidadão. Todos os casos suspeitos estão sendo monitorados”, esclarece Cíntia.
 
BOLETIM
 
O Ministério da Saúde divulgou na quarta-feira, 5, o boletim epidemiológico semanal da nova gripe, contabilizando 2.959 casos confirmados de influenza A (H1N1) entre 25 de abril e 1.º de agosto. Isso representa 17% do total de pessoas com sintomas de qualquer tipo de gripe registrado pela pasta. Os números do Ministério consolidam dados enviados por secretarias estaduais e municipais de saúde. Ainda segundo a nota do Ministério, 71,5% das pessoas infectadas pelo vírus H1N1 apresentaram sintomas leves.
Os demais – 28,5% ou 844 pessoas – tiveram febre, tosse e dificuldade respiratória, mesmo que moderada. Tais sintomas configuram síndrome respiratória aguda grave (SRAG). Dos 844 pacientes, 55,6% são mulheres.
O boletim revela, portanto que tanto em números absolutos quanto proporcionalmente, a nova gripe causou mais casos graves. São 844 pessoas seriamente afetadas pela nova gripe (28,5% do total).
Entre os infectados pela influenza sazonal (a gripe comum), a proporção de casos que apresentaram SRAG foi de 22,3%. Isso representa 318 pessoas, nem 40% do total de casos graves da nova gripe.
O número de mortes do Ministério é 96 até 1.º de julho. O Governo Federal ainda considera 38 óbitos em São Paulo, quando o governo do Estado já confirma 50, por exemplo, e 15 no Paraná, quando lá já foram confirmadas 25 mortes causadas pela doença. As confirmações de secretarias estaduais até ontem somavam 129, sem contar anúncios de prefeituras.
Das 96 mortes registradas – três ocorreram em Santa Catarina – 14 eram gestantes. A nota reitera que gravidez e doenças cardíacas e neurológicas são os principais "fatores de risco para óbito".
Ontem, a Organização Mundial da Saúde divulgou que as primeiras vacinas contra o H1N1 começarão a ser distribuídas em setembro na Europa. A América do Sul deve ter as primeiras doses da vacina somente em 2010.
 
 
 
Casos na região
 
Secretários de saúde da região ouvidos ontem pelo CN relataram como está a situação em seus municípios.
Em Canoinhas, 23 casos estão sendo acompanhados. Destes, sete tiveram material coletado e enviado para exame, mas nenhum resultado retornou. Três estão internados, isolados no Hospital Santa Cruz.
Em Três Barras, 10 casos suspeitos estão sendo monitorados. Todos tiveram material coletado e enviado para exames, mas nenhum retornou. Ontem à tarde a Secretaria de Saúde reuniu professores a fim de passar recomendações de prevenção.
Em Bela Vista do Toldo o reinício das aulas, que deveria ter ocorrido esta semana, foi adiado para segunda-feira, 10, por conta da ameaça da gripe e das condições das estradas. Esta semana surgiu o primeiro caso suspeito na cidade.
Em Papanduva, os dois casos suspeitos que haviam foram descartados na quarta-feira, 5. Foi o primeiro município da região a receber o resultado dos exames feitos pelo Lacen. Um dos casos é de gripe comum. O outro não foi possível examinar porque passou o prazo de coleta, mas segundo a enfermeira Geisa Carla, o paciente já está curado.
Em Monte Castelo, há um caso suspeito internado.