Câncer lidera os casos da doença na região, aponta Apoca

Edinei Wassoaski COM AGÊNCIAS Um creme feito com o auxílio da nanotecnologia, quando energizado por um raio de luz vermelha, mata com uma eficiência de 95% as células tumorais da pele humana. O medicamento, desenvolvido por uma equipe de cientistas da Universidade de São Paulo (USP), em Ribeirão Preto, está sendo testado há um ano em três hospitais do Brasil. Além do interior paulista, a Universidade de Brasília (UnB) e a Universidade Federal de São Paulo (Unifesp) estão usando a pomada em pacientes de seus hospitais universitários. O sucesso da técnica está baseado na nanotecnologia. A molécula fotossensível que constitui o medicamento é montada em veículos que medem milionésimos de milímetro e que podem ser dirigidos de forma precisa para as células do tumor. Esses transportadores são normalmente misturas de nanopartículas com estruturas orgânicas. As moléculas do medicamento, que além de serem fotossensíveis têm afinidade química com o tumor, possuem duas vantagens: conseguem liberar o fármaco de forma progressiva e são seletivas, o que poupa os tecidos sadios. Com o fármaco chegando com exatidão ao local do tumor, os passos seguintes são mais fáceis de serem controlados pelos cientistas em laboratório. LÍDER NA REGIÃO Dados da Associação dos Pacientes Oncológicos da Região de Canoinhas (Apoca), apontam que o tumor de pele é o que mais atinge os moradores da região. Dezoito por cento dos pacientes com cadastro ativo na Apoca, a maioria, sofrem com câncer de pele. Muitos casos avançados, chegam a atingir outros órgãos. Em seguida vem os tumores de mama (15%) e próstata (9%). A maioria das pessoas que apresentam tumores de pele, tem pele clara e trabalham se expondo ao sol, como agricultores e operários de obras. A Apoca aponta ainda para uma particularidade preocupante. Em geral, os pacientes com câncer de pele só começam a se incomodar quando a doença já está bastante avançada. ?Todo câncer, quando detectado no início pode ser curado?, frisa a assistente social da Apoca, Jane Fontana.