Mesmo eficaz, crianças não recebem dose gratuita
Gracieli Polak
CANOINHAS
Se houvesse vacinação contra a gripe H1N1, você se vacinaria, mesmo que tivesse de desembolsar certa quantia pela proteção?
A letalidade da nova gripe, de acordo com a Organização Mundial de Saúde (OMS) é de 0,4% dos casos, porcentagem bastante semelhante a da gripe comum, que se concentra também em 0,4% dos casos, com uma diferença: o vírus da gripe comum é conhecido e tem uma vacina que pode diminuir seu ataque ao organismo, mas a procura por ela ainda é baixa.
A vacina contra o Influenza, que vêm se popularizando no País desde a implantação da campanha de imunização gratuita para os idosos em 1999 protege em cerca de 70% a ocorrência de episódios de gripe em idosos, considerados junto com as crianças, categorias de risco. No entanto, a discussão em torno da vacinação gratuita para crianças ainda não tomou coro no País, mesmo com a comprovação da eficácia e na redução do custo com medicamentos associados aos problemas desencadeados pela gripe.
VACINA GRATUITA
Recomendada pela Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP), a vacina ainda não consta no calendário de vacinação do Ministério da Saúde, mas pode ser adquirida em consultórios e clínicas pediatras, inclusive em Canoinhas. Para quem experimentou a proteção que a vacina oferece aos pequenos, uma campanha de vacinação gratuita contra o vírus é uma luta que precisa ser encampada. “O resultado da vacina é maravilhoso. Conheci por meio da minha patroa, que vacinava os filhos e, neste ano, também imunizei meu menino. Até agora ele não teve nenhuma gripe forte, o que me poupou preocupação e mais gastos”, explica a mãe do pequeno Kauê, que preferiu não se identificar.
Ela explica que, por causa do preconceito, muitas pessoas não experimentam a proteção que a vacina oferece, mas outra medida poderia ser implantada. “Esta vacina deveria estar no calendário de vacinação. Muitas pessoas não sabem que ela existe e, para muitos, é impossível comprar para todos os filhos. Eu fiz um esforço e comprei para o meu, mas não é todo mundo que conhece e pode comprar”, defende.
Lucas Carlos de Maria Deitos, de cinco anos, não tomou a vacina contra a gripe. A mãe, Alessandra, explica que Lucas sempre foi uma criança saudável desde bebê, mas pegou gripe neste inverno e precisou de medicação. “Eu não sabia que a vacina era capaz de evitar a doença e nunca tinha pensado em vaciná-lo, mas agora isso muda. Se fosse de graça, alcançaria muito mais gente”, relata.
Em Santa Catarina, Jaraguá do Sul adota com sucesso a vacinação gratuita para crianças, com uma redução de 30% no número de internamentos relacionados a doença, segundo o município.
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