Coordenador da Fatma foi indiciado por suspeita de formação de quadrilha

CANOINHAS ? O coordenador do escritório regional da Fundação do Meio Ambiente ? Regional de Canoinhas, Régines Roeder, prestou depoimento na quarta-feira, 22, na sede da Polícia Federal em Florianópolis. O depoimento, concedido a delegada Clarissa Malafaia, que liderou a Operação Nazaré no dia 10 de fevereiro na sede da Fatma, durou mais de seis horas.

De acordo com o coordenador de comunicação da Polícia Federal, delegado Ildo Rosa, os indícios do envolvimento de Roeder na emissão de licenças de desmatamento, mediante o pagamento de propina, são cada vez mais evidentes, mesmo que ele negue isso terminantemente.

Um dos fatores que podem complicar ainda mais Roeder, é o de que ele presta serviços como técnico de segurança para uma empresa madeireira de Canoinhas, o que, segundo Rosa, é ilegal.

O delegado voltou a criticar a direção estadual da Fatma, que mantém Roeder no cargo.

?A procuradora da Fatma (Rode Anélia Martins) está se comportando mais como advogada de defesa de Roeder do que como procuradora da Fatma?, censurou Rosa.

Nos próximos dias, a delegada Clarissa relatará o conteúdo do depoimento para o Ministério Público que deve levar Roeder ao Tribunal.

Durante a semana, a reportagem do Correio do Norte tentou contato com a procuradora da Fatma, mas sem sucesso.

 

OPERAÇÃO NAZARÉ

 

A Operação Nazaré aconteceu no dia 10 de fevereiro em três locais simultaneamente. No escritório regional da Fatma, nas casas de Roeder e de sua secretária, Caroline Sakr.

Na casa de Roeder, os federais encontraram uma espingarda e uma pistola 9 milímetros sem registro, além de um colete da Polícia Militar, que Roeder dizia ser de um amigo que havia hospedado em sua casa.

A ação se concentrou na sede da Fatma, para onde foram levados, logo em seguida, algemados, Roeder e Caroline.

Também foram levados à sede da Fatma, o engenheiro florestal Rudi Braz de Oliveira, ex-funcionário da Fatma desde julho de 2005 e o engenheiro agrônomo Cinézio Lepchack. Os quatro são acusados de formação de quadrilha, por emitir licenças de desmatamento, mediante o pagamento de propina.

Algemados, os quatro foram levados para Florianópolis, mas liberados no dia seguinte.