Técnico em agropecuária ensina como evitar o estresse produzindo frutas e verduras orgânicas como terapia e lazer
TEXTO E FOTO: LÚCIO COLOMBO
Colaborou: Edinei Wassoaski
José Carlos Haensch, 48 anos, técnico em agropecuária e chefe do Centro de Treinamento da regional da Epagri/Canoinhas (Cetrecam), cultiva em seu quintal, em espaço de apenas
José Carlos é filho e neto de famílias tradicionais de Canoinhas. Sua mãe, Nellizinha Scholtz, é filha do casal Emilio e Ana Scholtz, e o pai, Flávio Haensch, filho de Augusto Haensch e Paula Davet. Apegado ao pai, José Carlos lembra com emoção do velho conhecido de uma verdadeira legião de amigos que o Jundiá, apelido de Flávio, fazia ao tocar seu acordeon italiano marca Gentilli. Em respeito à memória do seu ídolo, ele guarda o precioso instrumento musical em uma redoma de vidro, que fica exposta em uma estante na sala de estar de sua casa.
Além da paixão pelo trabalho que desenvolve na Epagri e no seu pomar doméstico, José Carlos coleciona objetos antigos. Dedica-se com amor e paixão à coleção de rádios, 35 ao todo, de várias marcas. ?O rádio mais antigo de minha coleção ? conta com orgulho ? é da marca Phillips, com mais de 80 anos?, que ainda funciona perfeitamente. Ele brinca lembrar que, aos domingos, quando quer ouvir o programa Gentilezas, na Rádio Clube, apresentado pelo amigo Edmilson Verka, precisa ligá-lo pela manhã ao levantar, para aquecer as válvulas, ?antes mesmo de tomar meu chimarrão debaixo das parreiras?.
Uvas e Conservas
Para o controle de doenças, José Carlos usa caldas à base de sulfato de cobre e cal virgem. O parreiral já está produzindo, embora em pequena escala, as variedades de uvas niágara rosada, bordox e champagne. Na horta de
Com parte da produção de uva, José Carlos produz vinho artesanal, vinagre de vinho, sucos, geléias e doces.
?Só neste ano, minha mulher já tem 300 vidros de pepinos envasados para o consumo da família e amigos durante o inverno?, conta com orgulho ao mostrar os armários da sala abarrotados de conservas. Ele revela ainda, que no inicio de janeiro, quando as uvas ainda estavam em fase de maturação, um supermercado local, por falta do produto para vender à sua clientela, ofereceu R$ 6 por quilo para comprar toda a sua produção. ?É claro que era uma transação inviável, e mesmo que as uvas estivessem maduras eu não venderia?, confessa. Para ele, essa atividade prazerosa é o seu lazer, praticado com prazer, enfim, um boi saudável e produtivo, funcionando como um antiestresse.
Referência
A casa de José Carlos é um ponto de referência e modelo para todas as pessoas interessadas em conhecer como as famílias cultivavam frutas, legumes e verduras sem o uso de fertilizantes e defensivos agrícolas. A casa que está sempre aberta a visitas, tem como anfitriã a simpática e afável Dona Dulce Mara Moreschi Haensch, 44 anos, esposa de José. Segundo o casal, a sua mini-chácara é visitada por seis pessoas em média por dia. Freqüentadoras assíduas da casa são as mulheres do Clube de Mães, alunos e professores de escolas municipais, associações de agricultores e muitos amigos.
José Carlos foi um dos pioneiros na implantação da fruticultura
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