Candidato único a reitor da UnC unificada, José Alceu Valério fala sobre seus planos de gestão e o processo que uniu quatro campi
MAFRA
Depois de dois mandatos como diretor acadêmico do campus de Mafra e um mandato como diretor-presidente da Fundação UnC/Mafra, o professor José Alceu Valério tem na próxima quarta-feira, 10, a grande chance de se tornar a autoridade máxima dentro da nova estrutura da UnC, com autonomia para nomear dois vice-reitores e quatro pró-reitores (um por campus). Bastante centrado e coerente, Valério fala abertamente sobre o caráter formal da eleição e o processo de unificação. Acompanhe.
Como o senhor avalia o processo de unificação da UnC?
O processo de unificação era uma necessidade de ajuste legal e institucional. É complexo e tem muitas etapas para serem vencidas. O que fizemos até a presente data é apenas o início de todo o processo. Agora vem a fase da consolidação e da reorganização de todos os aspectos legais, técnicos e operacionais. Também temos a próxima etapa que é a implantação da estrutura organizacional da Universidade que também ficou alterado em função do processo de unificação. A implantação do processo esta transcorrendo conforme o projetado e dentro das expectativas.
Quais são suas propostas de gestão?
O grande desafio que temos é a consolidação do processo de unificação. Este processo tem no bojo dos seus objetivos o fortalecimento da Universidade do Contestado. Temos os desafios também da renovação do credenciamento da UnC para este ano, e neste contexto temos as principais metas para a gestão. O atendimento dos requisitos para o reconhecimento, como a efetiva implantação do Plano de Carreira, Cargos e Salários, o atendimento dos índices de titulação e dedicação do corpo docente, a ampliação dos programas de Pós-Graduação stricto sensu eo fortalecimento da Pesquisa e da Extensão na UnC. O plano de gestão para os próximos anos está dividido em duas fases. Uma para atender as questões prioritárias que decorreram da unificação das Fundações, que já está em implementação e que tem como foco todos os processos legais, administrativos, financeiros e patrimoniais. O outro para reestruturar a Universidade em conformidade com o novo Estatuto da Fundação, bem como o novo Regimento Geral. Sendo então prioridade o plano de ação para atendimento dos requisitos para a renovação do recrendeciamento, cuja meta é de solicitar junto ao Conselho Estadual de Educação até 30 de junho de 2010.
O que é prioridade na UnC hoje?
Temos várias prioridades para a UnC. A maior prioridade é atendermos os requisitos para a renovação do reconhecimento, previsto no processo de Avaliação Institucional, ou seja, as exigências previstas na Lei 10.861.
Quais os maiores desafios do ensino superior?
Entre todos os desafios do ensino superior, destacamos a busca permanente da qualidade e da inovação. No atual cenário da educação superior há uma oferta muito grande de vagas que é superior a demanda. Também o crescimento da modalidade da educação a distância traz novas formas de acesso a educação superior. Isto significa que as instituições de educação superior passam por um processo de diminuição do número de alunos. Neste sentido temos dois grandes desafios: viabilizar financeiramente a UnC e atender todos os requisitos para o status universitário.
O senhor defende algum campus para sediar a Reitoria? Por quê?
Esta questão de mudar a sede da reitoria ainda é prematura. Porque no processo de unificação sempre trabalhamos a hipótese da permanência do campus de Caçador. A decisão da Fundação UnC/Caçador sair da UnC, foi depois que tínhamos definido a sede da nova mantenedora e da reitoria. A não continuidade do Campus de Caçador na UnC, exigiu um novo encaminhamento no processo de unificação. Antes de definirmos uma nova sede para a reitoria, temos de acertar a situação fundacional e acadêmica com a nova instituição de Caçador.
Como o senhor avalia a desistência de Caçador de compor a UnC unificada?
Foi um fato inesperado. Entendo que esta decisão enfraquece as duas instituições. A UnC ficou com uma abrangência regional menor e perde em seus indicadores quantitativos e qualitativos. Por outro lado, iniciar uma nova universidade diante dos requisitos exigidos é bem difícil obter recursos e estrutura para manter o status de universidade.
O fato de o senhor ser candidato único é resultado de algum acordo ou falta de interesse da comunidade docente? Um processo eleitoral que resulta em cargo de tamanha importância não mereceria mais interesse tanto de candidatos quanto da comunidade acadêmica?
Este processo eleitoral tem características diferentes dos anteriores. O processo de unificação vem sendo desenvolvido há pelo menos dois anos. Isto mudou a estrutura original da instituição e traz um cenário novo, que mantém alguns aspectos que fazem a história da UnC. Entre eles destacamos que a escolha do reitor ocorria na forma de rodízio entre os campi. Já tivemos reitor dos campi de Caçador, Canoinhas e Curitibanos. Neste processo de rodízio seriam os próximos Mafra e Concórdia. Não significa que neste momento não pudesse ocorrer a participação dos outros campi. Entendo que tivemos por parte dos campi a continuidade do sistema de rodízio. Assim sendo na próxima eleição deveremos ter candidato(s) do campus de Concórdia.
Caso sua vitória seja confirmada no dia 10/02, o senhor já tem nomes para compor as pró-reitorias?
Não temos ainda os nomes. Isto só correrá após a eleição.
Como candidato único a reitor, teoricamente o senhor já está eleito. É bom ser unanimidade?
A unanimidade não é boa. Seria incoerente pelos princípios que definem uma universidade se me considerasse unanimidade. O que posso dizer em relação ao novo desafio que vem é sobre a experiência que tenho na UnC. Passei por dois mandatos como diretor acadêmico no campus de Mafra e um mandato como diretor-presidente da Fundação UnC/Mafra.
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