Protesto de professores e alunos chama a atenção para as condições da Escola Rodolfo Zipperer

CANOINHAS - Na manhã de segunda-feira, 19, por uma hora, professores e alunos da Escola de Educação Básica Rodolfo Zipperer tiveram atividades escolares na rua em frente ao prédio da instituição, em obras há mais de três anos. O protesto, organizado pelos professores que lecionam no Rodolfo Zipperer, foi motivado pela retirada de homens da obra, iniciada e paralisada em 2005, reiniciada em 2007, mas longe de ser concluída. O atraso nas obras e a falta de previsão para a entrega do novo prédio agravam a situação das acomodações da instituição. O pátio, tomado de entulho, oferece perigo aos alunos, que estudam em instalações precárias.

Diante disso, em reunião realizada na quinta-feira, 15, os professores decidiram pela manifestação para chamar a atenção da sociedade para o problema. Segundo os professores que participaram da manifestação, que pediram para não ser identificados, o protesto aconteceu exclusivamente para buscar mais qualidade de educação, prejudicada pela precariedade do estabelecimento e pelo descaso das autoridades em relação a escola.

Em nota, a Secretaria de Desenvolvimento Regional (SDR) nega a paralisação da obra e afirma que a retirada de alguns homens do local é uma prática tradicional das empreiteiras, o que não significa que a obra na escola esteja abandonada desde então. Na mesma nota há diversas críticas quanto aos procedimentos adotados pelos professores, chamados de ?irresponsáveis por levar os alunos às ruas, sem prévia comunicação à direção da escola, às autoridades de trânsito e ao secretário de desenvolvimento regional?. Em resposta à nota, os professores esclareceram que, desde quinta-feira, 15, quando foi tomada a decisão pelo protesto, a direção foi comunicada e que a Polícia estava presente durante toda a ação, que, em momento algum, expôs ao perigo os alunos da instituição e foi motivada exclusivamente por mais qualidade na educação.

Lauro Luís Friederich, coordenador regional do Sindicato dos Trabalhadores da Educação da Rede pública de Santa Catarina (Sinte), afirma que a manifestação recebeu apoio do órgão, em virtude das péssimas condições de trabalho em que atuam os professores. ?As condições de trabalho são precárias e os perigos a que os alunos são expostos são muitos, desde o pátio, que tem apenas uma cobertura, até os banheiros, que não têm condição de higiene?, afirma Friederich.