Ginásio está paralisado há mais de 1,8 mil dias; em outra escola alunos estão sem aula por impasse político

CANOINHAS/TRÊS BARRAS ? Ontem foi dia de protestos em duas escolas estaduais.

Na Escola de Educação Básica Rodolfo Zipperer, um grupo de alunos fechou a avenida Expedicionários por cerca de duas horas pela manhã. Com faixas de protesto, eles pediam providências do Estado no sentido de concluir a obra da nova sede da escola, que está paralisada desde dezembro passado.

O Ginásio de Esportes, anexo à escola, teve início há 1,8 mil dias, ainda no governo de Esperidião Amin (PP) e até hoje não foi concluída. Faltam apenas obras de acabamento para que a quadra seja finalizada.

Com relação à escola, os alunos protestam porque não tem onde fazer aulas de educação física. O espaço no refeitório, onde estão tendo as aulas, é restrito e alaga quando chove. Como forma de protestar, os alunos tiveram aulas de educação física na avenida, durante a paralisação do tráfego.

Nas salas de aula, os alunos dividem espaço com arquivos e materiais, por falta de um depósito. Na madrugada de ontem, uma das salas foi arrombada por causa da fragilidade da fechadura.

 

GUERRA POLÍTICA PREJUDICA ALUNOS

Na E.E.B. Colombo Machado Sales, o problema se polariza na guerra por cargos que se disseminou pelo Estado.

Desde o início do ano letivo a escola está sem diretor nomeado. Niran Alves de Lima dirige a escola por indicação do PMDB e do PSDB. O cargo, no entanto, é pleiteado pelo DEM, que indicou a professora Ivete Denck.

Como o impasse não foi resolvido na SDR de Canoinhas, o assunto está no gabinete do secretário estadual de Educação Paulo Bauer (PSDB).

Enquanto Bauer não toma uma decisão, os três professores que substituíram Niran em sala de aula não estão recebendo salário já que, oficialmente, Niran continua sendo professor.

Dessa forma, os professores substitutos deixaram a sala de aula esta semana, provocando reação dos alunos que com cartazes fecharam a rua que passa em frente à escola por duas horas na manhã de ontem.

Se a questão não for resolvida, os alunos prometem nova manifestação na quarta-feira, 23.

A administradora escolar Elizete Souza culpa Wogeinak pelo impasse. ?Estava tudo resolvido, o Niran seria o diretor, quando ele (Ernani) pediu a nomeação da Ivete ao Paulo Bauer que é seu amigo. Dessa forma, o secretário não assinou nem pra um nem pra outro?, afirma.

Wogeinak rebate dizendo que seu pedido foi anterior a nomeação de Niran, que chegou a trabalhar apenas por um dia como diretor nomeado. Para resolver o impasse, ele não vê outra alternativa, em curto prazo, senão a volta de Niran à sala de aula. ?Se ele não foi nomeado, porque continua na direção? Ele não pode ser diretor sem portaria?, questiona.

Wogeinak se mostra intransigente quanto à nomeação de Ivete. ?Ela é uma pessoa competente e tenho absoluta certeza que fará um bom trabalho?, defende, sugerindo que a administradora escolar dirija a escola enquanto o impasse não é resolvido e Niran retorne a sala de aula. Ele garante que sua amizade com Bauer não influenciará de forma alguma na decisão do secretário.

 

IMPASSES

De acordo com o secretário regional Wilson Pereira (PMDB), a situação do Rodolfo Zipperer depende de um acordo com a empreiteira que iniciou a obra avaliada em R$ 1,8 milhão. Até dezembro, quando a empreiteira abandonou a obra, a empresa recebeu R$ 800 mil do Estado. Como a situação dos cofres do Governo é delicada, Wilson acredita num acordo com a empreiteira para que esta receba mensalmente valores oscilantes, de acordo com o andamento da obra. A conversa, no entanto, vem sendo adiada porque o diretor da empresa está em viagem pela Ásia.

Quanto ao ginásio, Wilson promete a obra pronta para o início do segundo semestre.

Em relação ao impasse no Colombo Machado Sales, Wilson disse que o secretário Paulo Bauer está sendo ?irresponsável? ao não definir logo quem deve dirigir a escola.