Professores canoinhenses decidem na segunda-feira, 8, se entram na greve
CANOINHAS ? Os Colégios Estaduais Sagrado Coração de Jesus, Santa Cruz, Almirante Barroso e Irmã Maria Felicitas estão tendo aulas de 30 minutos cada, ontem e hoje. A medida é represália dos professores contra o Governo do Estado, por não aceitar as reinvidicações do Sindicato dos Trabalhadores da Educação (Sinte), em greve desde o dia 26 de abril. Os professores exigem piso de R$ 760 (hoje é de R$ 409), equiparado ao do funcionalismo público.
Em uma reunião na terça-feira, 2, em Curitibanos, o comando de greve do magistério estadual decidiu fortalecer apenas uma das bandeiras para negociar com o Governo e acabar com a paralisação. O grupo definiu que deve se concentrar no pedido de aumento do piso da categoria.
O encontro reuniu cerca de 50 pessoas. "A proposta do governo foi rejeitada por unanimidade, mas decidimos abrir diálogo em torno de um dos itens, que é a equiparação salarial com os servidores civis. Vamos priorizar esta questão", explica o presidente do Sinte, Antônio Valmor de Campos. O comando de greve faz nova reunião dia 15.
Segundo ele, agora é esperada resposta do Governo para que a categoria possa levar a contraproposta ao movimento grevista e, possivelmente, encerrar a paralisação.
A proposta de concentrar a reivindicação no aumento do piso foi encaminhada na quarta-feira, 3, ao Governo. A secretária de Educação, Elisabete Anderle, disse que a incorporação dos abonos de R$ 200 reivindicados impactaria R$ 260 milhões à folha de pagamento. O reajuste do piso elevaria ainda mais essa margem. "Vamos trabalhar o plano de cargos e o estatuto do magistério", comenta a secretária. Não estão agendadas novas rodadas de negociação entre Governo e Sinte.
Segundo o presidente do Sinte da região de Canoinhas, Edson Luiz de Souza, uma reunião na segunda-feira, 8, na sede do Sinte/Canoinhas deve definir a paralisação parcial ou total dos professores da região.
O governo ameaça descontar os dias parados se o Sindicato insistir em greve enquanto as negociações estão em andamento. De acordo com a secretária Elisabete, os pais que não concordam com a paralisação devem assegurar seu direito enviando seus filhos para a escola.
CONTRAPROPOSTA
Uma nova rodada de negociações é aguardada pelo Governo em torno da proposta que prevê incorporação dos abonos no Plano de Carreira, Cargos e Salários, a ser elaborado em consenso com a categoria no prazo de 90 dias. Prevê ainda, no plano econômico, reajuste de 25% no vale-alimentação e fortalecimento da autonomia das escolas com a destinação de recursos diretos para as unidades de ensino. Também acata as reivindicações sociais, comprometendo-se a enviar projeto de lei que regulamenta eleições diretas para diretor de escola à Assembléia Legislativa, a readequação jurídica e técnico do Plano Estadual de Educação em conjunto com representantes da categoria para posterior envio à Assembléia. Sobre o vínculo das serventes, vigias e merendeiras, o Governo comprometeu-se com o Sindicato em concluir até julho uma proposta de regularização do contrato que preserve o emprego desses profissionais.
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