A briga começou depois que a Secretaria do Desenvolvimento Regional não acatou sugestão dos professores
CANOINHAS ? O clima de trabalho na Escola de Educação Básica Irmã Maria Felicitas não é dos melhores desde terça-feira, 17, quando Sonia Regina Pazda assumiu a direção adjunta da escola. Um grupo de professores se revoltou contra a decisão que partiu da Secretaria de Desenvolvimento Regional de Canoinhas e no mesmo dia pediram uma reunião com representantes do órgão estadual. Carmen Beltrame, gerente de planejamento e gestão da Regional e James Lanke, gerente de organização do lazer foram até a escola para ouvir as reinvidicações dos professores. Eles alegam não terem nada contra Sonia, mas não se conformam em a Regional não acatar a sugestão dos professores que queriam que uma professora efetiva na escola assumisse a direção ao lado de Valdir Kohl, diretor geral. Em uma ?nota de repúdio? emitida supostamente por professores da escola e a ?comunidade escolar?, sem assinatura, os professores dizem ter ?elaborado um documento sugerindo o nome de uma professora efetiva, com quinze anos de experiência na escola, conhecedora da realidade educacional, competente, pedagógica e administrativa?. Esse documento teria sido enviado ao representante legal do partido PSDB, Edmilson Werka, por os professores entenderem que o cargo pertence ao partido. Werka não foi encontrado para falar sobre o assunto.
CARGO POLÍTICO
Carmen Beltrame confirmou a reunião do dia 17 e explicou que a escolha por Sonia foi baseada em sua ética, honestidade e integridade, justificando o apego que o seu partido (PSDB) sente pela escola. ?O Edmilson (Werka), presidente do PSDB, tem grande carinho pelo Felicitas por morar no Alto das Palmeiras?, justificou.
Carmen deixou claro também que a escolha se baseou em critérios político-partidários. ?Quem escolhe os diretores (da rede estadual) são os partidos políticos aliados ao governo. O PSDB pode escolher as direções das escolas Almirante Barroso, Gertrudes Muller, Manuel da Silva Quadros e do Felicitas, além de cargos na Gerência de Educação e em duas escolas de Porto União?, argumentou.
Carmen disse ainda que esses cargos são de confiança do partido e por isso os professores não podem opinar. ?Essa estrutura de cargos comissionados reza conforme o estatuto do magistério público estadual, como é do conhecimento dos profissionais do magistério?, completou.
A constituição estadual não prevê que para ser diretor de escola da rede pública estadual é preciso ser professor efetivo. Essa hierarquia de distribuição de cargos comissionados é de livre nomeação e exoneração do governo do estado. A constituição não prevê, em nenhum de seus artigos, distribuição de cargos de acordo com siglas partidárias.
CONSTRANGIMENTO
Sonia, que exercia a função de secretária na Escola de Educação Básica Gertrudes Muller, disse desconhecer a vontade dos professores antes de assumir a escola na terça-feira, 17. ?Jamais tomaria o cargo de uma colega de profissão. Fui convidada para exercer a função e aceitei?, explica. Sonia disse ainda que não se trata puramente de política: ?É o reconhecimento pelo meu trabalho?, finalizou.
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