Mesmo assim, média 56,77 é considerada baixa; houve queda em todos os colégios públicos
Edinei Wassoaski
CANOINHAS
Dados divulgados na terça-feira, 28, pelo Ministério da Educação e Cultura (MEC) apontam que apenas 8% das escolas "tops" do País no Ensino Médio são públicas. Ainda assim, são unidades de elite do sistema, que fazem seleção para escolher os alunos.
Análise realizada pelo jornal Folha de S.Paulo apontou o resultado dos 1.917 melhores colégios no Exame Nacional do Ensino Médio (Enem), o que representa 10% do total. Dessas, apenas 151 são públicas (83 federais).
Análise realizada pelo jornal Folha de S.Paulo apontou o resultado dos 1.917 melhores colégios no Exame Nacional do Ensino Médio (Enem), o que representa 10% do total. Dessas, apenas 151 são públicas (83 federais).
O mesmo fenômeno se reflete em Canoinhas. O Colégio Realização, mantido pela Universidade do Contestado (UnC), foi o que demonstrou melhor desempenho entre os sete que participaram.
A precariedade das instalações da E.E.B. Rodolfo Zipperer refletiu no desempenho dos 11 alunos que participaram do Enem. Pelo segundo ano consecutivo, a escola foi a que ficou em último lugar no ranking canoinhense ainda com queda maior. Em 2007, a escola cravou nota 48 e em 2008 a nota caiu para 43,4. Para o professor especialista em Educação, Ederson Mota, a situação de precariedade pela qual passa a escola há mais de três anos, com um prédio decadente enquanto a nova construção está paralisada há mais de um ano, é importante para produzir os números. “O ambiente reflete na qualidade de ensino”, opina.
QUEDA GENERALIZADA
Todas as escolas públicas canoinhenses que participaram do Enem nos dois últimos anos sofreram decréscimo nas notas. O Almirante Barroso manteve a liderança, mas passou de nota 50,9 para 49,2. O Irmã Maria Felícitas sofreu queda maior: passou de 48,1 para 45,5. Já o Manoel da Silva Quadros passou de 46,7 para 44. O Santa Cruz também decaiu passando de 50 para 46,9.
Mota ficou assustado com a queda e aponta a atual estrutura do sistema de ensino como fator decisivo para os resultados. “Há uma instabilidade nas contratações, não há plano de carreira, o piso nacional (dos professores) não é obedecido no Estado”, elenca.
Ele lembra ainda que muitos professores chegam a trabalhar 60 horas por semana para garantir a sobrevivência, o que compromete o ensino.
Para Mota, no entanto, a culpa não está somente nos professores. “As famílias estão afastadas da escola, os pais só aparecem para reclamar, não participam do processo de ensino”, aponta.
Mesmo sendo o resultado alcançado pelo Realização o melhor do município, Mota acredita que é insatisfatório. “Espera-se que consigamos resultados melhores este ano”, assinala.
O Enem mede a qualidade do Ensino Médio no Brasil. As notas servem como parte da seleção para universidades e para que os alunos saibam sua condição ao fim da educação básica. Também é utilizada para selecionar bolsistas pelo ProUni (programa federal). A melhor escola do País é uma particular do Rio de Janeiro (São Bento), com média 33% acima da melhor pública "convencional" (a Frederico Benvegnu, em São Domingos do Sul, a 246 km de Porto Alegre).
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