Jocimar Jubanski é destaque na seleção de futsal

Gracieli Polak

CANOINHAS
Nas praças de Canoinhas, nos joguinhos escolares, nas copinhas de futsal que movimentavam o esporte de Canoinhas na década de 1990 começou a carreira de um dos maiores craques do futsal italiano da atualidade, o canoinhense Jocimar Jubanski. No intervalo entre as temporadas, o atleta, que atua na equipe do Lazio, em Roma, passa as férias com a família no Planalto Norte e mata as saudades da terra natal.
Assim como inúmeras crianças da região, Jubanski participava de competições escolares, até que foi chamado para integrar o time adulto de Canoinhas, ainda com 15 anos, junto com mais três amigos, em uma competição em Mafra. Os quatro chamaram a atenção da equipe local e foram convidados para treinar na equipe. O camisa 5 da Azzurra conta que, depois de três anos jogando em Mafra, foi convidado para integrar a equipe catarinense de Xaxim. Em seguida foi para São Bento do Sul, São Paulo, Caxias do Sul, Goiás, voltou para o Sul até que foi convidado a atuar na Itália. Enquanto jogava pelo time gaúcho, foi convocado para atuar em jogo amistoso da seleção brasileira contra a Argentina. “Ser convocado para aquela seleção foi uma sensação maravilhosa. Era muito difícil entrar naquele time, que tinha Manoel Tobias, Fininho... Hoje a rotatividade da seleção é muito alta, mas quando eu entrei não era não. Foi incrível”, explica. Jubanski participou de um único jogo com a seleção brasileira, segundo ele, para sua sorte, porque foi em outra seleção que ele decidiu brilhar.
CARREIRA INTERNACIONAL
Jogando na Itália, o canoinhense logo chamou a atenção do técnico da seleção local, que colocou pressão para que o jogador conseguisse cidadania italiana. O sobrenome da mãe, Soeli Marcolla, possibilitou a nacionalização e menos de um ano depois, o ala direito já estava vestindo a camisa azul e começando a construir sua carreira internacional. “As pessoas achavam estranho um Jubanski, de sobrenome polonês, na seleção italiana, mas logo se acostumaram”, se diverte. O jogador decidiu tentar carreira na seleção italiana porque, segundo ele, há cinco anos as convocações para a seleção brasileira eram restritas aos jogadores que atuavam no Brasil e, como ele atuava fora, suas chances eram limitadas. “Depois que o Brasil perdeu dois mundiais seguidos, ele percebeu que não dava para fechar as portas para os que atuam no exterior. Têm muitos brasileiros jogando na Itália, na Espanha. Era preciso mudar, tanto que hoje ela está mais aberta novamente”, conta.
A postura de atleta sério e o talento de craque o mantém na seleção até hoje. Acumula títulos nacionais, europeus e, no último campeonato mundial, recebeu a medalha de bronze. Está entre os três atletas que recebem o patrocínio da Umbro e é um dos principais jogadores da seleção italiana. Para os atletas de Canoinhas que sonham com uma carreira como a dele, Jubanki dá um conselho: “Tem de ter foco e persistir. Um dia a chance passa, tem de estar preparado”, alerta.