Presidente eleito da OAB fala sobre seus planos frente à entidade
Edinei Wassoaski
CANOINHAS
Advogado há oito anos, sempre atuante em Canoinhas, especificamente na área bancária, Ismael Tadeu Trevisani Filho foi eleito na semana passada presidente da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) subseção de Canoinhas. Apesar de a chapa ser de consenso, conseguiu a maioria dos votos dos 152 advogados filiados. Em entrevista ao CN, Tadeu falou sobre os desafios do cargo, seus planos e desafios. Acompanhe.
Quais são seus objetivos frente à OAB?
Revitalizá-la, especialmente em relação a sua capacidade crítica. Acho que ela perdeu essa capacidade nos últimos anos. É bom que se diga que a OAB sempre foi livre para criticar o poder público todas as vezes que se atenta contra a moralidade pública. Nossa influência como entidade crítica não tem vínculo com nenhuma instituição partidária.
Aqui na região a população tem uma visão da OAB simplesmente como representante de classe. Não há essa percepção de entidade crítica. Mas somos mais que isso.
De fato a OAB de Canoinhas não se envolve em polêmicas envolvendo utilização do dinheiro público, por exemplo. Isso é uma falha ou é preservação da imagem da instituição?
Talvez seja preservação da entidade, porque qualquer intervenção pode ser entendida como defesa de interesses políticos. O papel da OAB, muito embora seja crítico, não é partidário. De qualquer maneira, é papel da OAB criticar, fiscalizar e opinar sobre tudo o que interessa a sociedade.
Mas a OAB não estaria renunciando a seu papel ao se omitir sobre questões de interesse público?
Sem dúvida. O presidente, ou mesmo a diretoria, tem esse dever como fundamental. A diretoria quer uma OAB muito mais plural e participativa. Integrar os novos advogados. Hoje somos em 152 e pelo menos um terço é de novos advogados. Precisamos conciliar a experiência dos mais velhos com a energia dos mais novos.
A Comarca trabalha hoje com apenas uma juíza titular e um substituto. O que fazer para reduzir esse trânsito de juízes na Comarca?
Esse é um problema para a OAB, mas não é da OAB. Já reivindicamos para o Tribunal. A falta de juízes interrompe a continuidade de um trabalho, atrasa processos e prejudica a sociedade. De quatro juízes que tínhamos até pouco tempo, perdemos dois. Acredito que o Tribunal vai nos dar um retorno até o início do novo ano e amenizar essa situação. É um problema que a OAB não pode resolver sozinha, tem de ser resolvido pelo Tribunal.
Além desse problema, há uma alta rotatividade de estagiários no Fórum.
Sim. Recentemente, o Tribunal fez inspeção nas Varas de Canoinhas e nos ouviu sobre os problemas da Comarca. Além da questão dos juízes falamos sobre a falta e a grande rotatividade de estagiários. É tão alto o giro desses funcionários que quando eles vão pegando experiência, o período de estágio deles já encerrou e outro tem de ser contratado. O que propusemos foi que fossem oferecidos cursos para que os estagiários estejam minimamente preparados.
O que a nova diretoria pretende oferecer aos associados?
Vamos pesquisar junto aos advogados que cursos seriam interessantes e gestionar para trazer mais cursos para a região. Haverá muito mais reuniões.
Qual sua posição sobre a PEC dos precatórios?
É um leilão às avessas. Quem aceita receber menos recebe antes.
O que o senhor achou da eleição de Paulo Borba para a OAB estadual?
Dentre os candidatos, foi o único que nos assegurou que nós teríamos maior participação junto à seção. Nosso tesoureiro, Antonio Eduardo Weinfurter, foi colocado como uma espécie de conselheiro junto à presidência da seção. Estamos muito bem representados.
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