Vidal Kucarz admitiu ter atirado contra agricultor, mas em legítima defesa

CANOINHAS ? O agricultor Vidal Kucarz foi absolvido pelo tribunal do júri popular da Comarca de Canoinhas da acusação de homicídio. O julgamento aconteceu na quarta-feira, 5, no fórum da Comarca e foi presidida pela juíza Luciana Santos da Silva, que substitui o ex-juiz da 2.ª  Vara, Gustavo Henrique Aracheski, que na terça-feira, 4, deixou a Comarca.

Kucarz assumiu a autoria dos três tiros que provocaram a morte de José Alvir Rosa, em julho de 2003 no bar Paiol, na localidade de Arroio Fundo, no interior de Bela Vista do Toldo.

De acordo com a versão do acusado, ele teria discutido com José no interior do bar, quando José teria fechado o bar e o teria atacado. Na briga, Kucarz, que estava armado, teria sacado do revólver e desferido dois tiro no peito e outro na perna de José, que morreu pouco tempo depois.

Kucarz chegou a se apresentar a Polícia passado o período de flagrante-delito e respondia ao processo em liberdade já que é réu primário e não possuía antecedentes criminais.

O júri não isentou Kucarz do porte ilegal de arma. Ele deve prestar serviços comunitários por dois anos como pena.

 

DEFESA

O advogado Paulo Henrique Glinski, auxiliado pela advogada Sandra Mara Zacko, defendeu a tese de legítima defesa para conseguir a absolvição de Kucarz, enquanto que o promotor Alan Boetger defendia que o crime teria sido cometido premeditadamente.

Glinski lembrou que pelo menos três testemunhas atreladas no processo relatavam atos de violência cometidos por José, como uma das testemunhas que relatou ter sido vítima de uma tocaia, supostamente armada por José.

Glinski lembrou ainda que havia divergências políticas entre Kucarz e José e que as testemunhas presentes no bar no momento da briga, haviam afirmado que José havia provocado Kucarz que chegou a atirar no chão ? o que foi comprovado pela perícia ? a fim de intimidar José que, no entanto, insistiu em discutir com Kucarz, impedindo-o de sair do bar. Outras testemunhas, segundo Glinski, afirmaram ser comum José andar armado, embora nenhuma arma tenha sido encontrada junto do corpo do agricultor.

O advogado de defesa disse que irá recorrer da sentença quanto ao porte ilegal de arma.

Nenhum parente de José assistiu à sessão que entrou noite adentro.