Novas opções de lazer dão cara nova a Canoinhas e trazem cultura e entretenimento a um público que pouco ou nada sabia das atrações
Edinei Wassoaski
Gracieli Polak
CANOINHAS
Sair de casa em Canoinhas, até pouco tempo, era sinônimo de pizza e balada. Talvez um chope ou um suco com os amigos. Em poucos meses, no entanto, as atrações se diversificaram de tal forma que não seria exagero afirmar que vivemos uma pequena, porém promissora revolução cultural. Às baladas, foi acrescentado cinema, boliche e literatura. Três empreendimentos simbolizam essa mudança de hábito – o Cine Queluz, que veio no rastro do Mercado Queluz e do Cravo e Canela Gourmet; a Cafeteria Vocábulos, uma evolução da Livraria; e o Boliche e Bar, que adicionou esporte ao velho hábito de tomar uma bebida no final do dia. O CN percorreu os novos ambientes e sentiu a boa receptividade do público. “Antes você tinha programas para fazer com os amigos, hoje é possível sair com a família e fazer algo diferente”, reflete a administradora Nice Babireski. Acompanhe.
Contato imediato com a sétima arte
Primeiro de Canoinhas em mais de dez anos, Cine Queluz atrai geração que não conhecia cinema
É com emoção que Maria de Lourdes Borguezan se lembra do primeiro contato de crianças com o cinema. Como administradora do Cine Queluz, primeiro cinema de Canoinhas em mais de 10 anos, ela conta que nas primeiras sessões – especialmente nas do filme Força G, que inaugurou o Queluz – muitas crianças compravam o ingresso excitadas com a novidade. “Coisa mais linda ver os olhinhos deles brilhando por conhecerem o cinema”, conta. Malu, como é conhecida, sabe do que está falando. Trabalha há mais de 10 anos com cinema, ainda no tempo em que carvão movia o projetor. Trabalhou em cinemas de Porto União, Mafra e no Cine Capital, que funcionava no prédio da Igreja Matriz, em Canoinhas. Hoje fala com orgulho do convite que recebeu para administrar o Queluz. Comparando a sala do Queluz a de outros cinemas que já trabalhou, Lourdes diz que o número menor de cadeiras (133) contribui para sessões em horários diversificados, o que beneficia o público. Ajustes no som foram feitos (a coluna Drops, do CN, havia criticado a qualidade do som), dando à sala as mesmas condições de cinemas de grandes centros. “Os filmes são recentes, tem pouca diferença entre as estreias nacionais”, elogia a administradora Nice Babireski. Ela e três amigas aguardavam na quarta-feira, 28, a sessão de Os Normais 2, grande sucesso do cinema nacional. Nesse meio tempo, lanchavam no Cravo e Canela Gourmet, estrategicamente localizado na porta do cinema. Haviam acabado de sair do trabalho e resolveram fazer um programa diferente. “Tirando baladas, Canoinhas não tinha opção de lazer, cinema, além de tudo, é cultura”, opina a publicitária Fernanda Fleith.
A bancária Danielli Dardim lembra que antes, quando se recebia uma visita de fora da cidade, era difícil achar um programa para se fazer. “Hoje não, temos opções para levar as pessoas conhecerem a cidade”, afirma.
Sobre os filmes, Malu conta que são diferentes públicos para diferentes filmes, o que dá equilíbrio a plateia, garantindo espectadores. Hoje, por sinal, estreia um filme estilo família. UP, Altas Aventuras faz o estilo desenho-adulto e emocionou o mundo com uma história de respeito aos mais velhos e a sabedoria (veja programação na página 29).
Para derrubar o estresse, boliche
Esporte vira mania entre canoinhenses
Da paixão de dois amigos por um esporte pouco conhecido na região, surgiu uma das melhores opções de lazer noturno da cidade. Nas viagens para cidades maiores, Fernando Gapske e Paulo Eduardo Cordeiro Prust conheceram o boliche e traçaram um projeto: trazer o esporte para Canoinhas, aliado a um ambiente agradável para diferentes faixas etárias.
Há quatro meses, o sonho virou realidade, enquanto um dos principais desafios dos proprietários ainda está sendo derrubado, assim como os pinos pelas bolas. “Quando você traz uma ideia dessa para uma cidade pequena, você precisa mostrar o produto, fazer com que as pessoas conheçam”, afirma Gapske. Para ele, a população de Canoinhas já está assimilando as opções oferecidas pela casa, serviços que, na opinião dos clientes, fazem a diferença.
Nas sete pistas existentes no Boliche e Bar, o clima de descontração prevalece mais que a disputa pelas jogadas perfeitas, mas o ranking dos maiores pontuadores da casa permanece chamando a atenção. Na lista dos melhores, Marlon Luis Voigt, o Galetão, ocupa o posto número um. “Depois de passar o dia inteiro atrás de uma mesa de escritório, só isso aqui pra derrubar todo o estresse do trabalho”, diz.
Voigt, que praticamente não conhecia o boliche, se tornou frequentador assíduo do estabelecimento. Para não dizer que vai até o Boliche e Bar nos sete dias em que a casa funciona por semana, ele risca um, “para as pessoas não pensarem que eu sou viciado”, diz.
Maria Amélia Reis e Maria Cristine Wellner, funcionárias de uma agência bancária, não frequentam tanto a casa quanto Voigt, mas toda terça-feira marcam presença em uma pista reservada para elas e os colegas de trabalho. As duas fazem parte de uma das primeiras turmas a comprar pacotes de horas na casa. A explicação? “A gente encontra os colegas, o ambiente é legal e isso desestressa. E como!”, explica Maria Amélia.
Café com gostinho de literatura
Para ler, não precisa pagar nada
Um café bem feito, um ambiente agradável, a companhia do personagem que você escolher. Na Livraria e Cafeteria Vocábulos, diz a proprietária Lisiane Maria Veiga Maievski, “há café e livros para todos os gostos, para todos os bolsos”.
Dos clássicos aos contemporâneos, as opções por cafés e escritores são inúmeras. A bebida, que pode vir pura ou com misturas, vem acompanhada da possibilidade de uma aventura com Dan Brown, uma comédia com Luis Fernando Veríssimo ou um romance com Gabriel Garcia Márquez, sem precisar pagar nada mais por isso. “As pessoas ainda não acreditam que podem folhear os livros, que podem ler o que quiser. Mas podem, sim. O espaço está aberto justamente para isso”, diz Lisiane.
Inspirado nas cafeterias de grandes centros, o empreendimento idealizado por Lisiane e pelo marido, José Augusto Maievski, a Livraria e Cafeteria Vocábulos foi inaugurada há menos de um mês e já está conquistando espaço na rotina dos novos clientes, dos mais velhos aos bem pequenos.
Pensada para atrair diversas faixas etárias, reserva espaço para crianças, assim como livros e atrativos a mais para os baixinhos. Quinzenalmente, uma contadora de histórias profissional, Mariana Moreira Mayer, assume o palco e dá vida às histórias guardadas nos livros. “Eu noto que não são só as crianças que prestam atenção, mas todo mundo que está aqui. Aviva a imaginação”, conta.
Hoje a Livraria e Cafeteria fica aberta até às 20 horas. Amanhã, às 11 e às 16h30, Mariana se transforma em bruxa e conta histórias inspiradas no Halloween. Nos dias de semana, a casa abre cedinho, logo às 7 horas. Horário bom para tomar um café espresso, com s mesmo. “O café expresso é aquele feito rápido. O espresso, sob pressão”, explica a proprietária.
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