Desmatamento em alta, rios castigados pela ação do homem; definitivamente o Planalto Norte não está longe da realidade que consome as florestas nativas e agride o ambiente no País
Edinei Wassoaski
CANOINHAS/MAFRA
Você confia na água que bebe?.
Considerando que famílias ribeirinhas despejam esgoto no leito do rio, o que foi constatado por reportagem do jornal Diário Catarinense de domingo, dia 1.°, fica difícil uma resposta positiva.
Segundo o gerente regional da Casan, Herbert Groskopf Junior, não há risco nenhum de contaminação. O processo de decantação que a empresa faz elimina todo tipo de sujeira que possa haver na água.
A bióloga Mariane Murakami, da Fundação do Meio Ambiente (Fatma) tem dúvidas, mas como ela mesma lembra, nada pode ser afirmado, já que nenhum instituto atesta a qualidade da água que o canoinhense bebe há muito tempo.
Hoje, a Coordenadoria Regional da Fatma em Canoinhas realiza inspeção nos laudos apresentados pelas indústrias, que incluem informações sobre volume e qualidade dos efluentes lançados no rio. Porém, a periodicidade da inspeção é baixa: ocorre apenas de dois em dois anos, quando a empresa precisa fazê-lo para renovar a licença ambiental. O órgão também não dispõe de infra-estrutura e verba para realizar as contagens e levantamentos necessários, por isso depende de um laboratório contratado pela indústria e escolhido entre uma lista de locais credenciados.
Ações isoladas de empresas como a Mili que ao menos uma vez por ano realiza limpeza no leito do rio ainda dão um fôlego ao Canoinhas, cada vez mais castigado pela ação do homem.
Se o rio é maltratado, a mata ciliar também é alvo dos ribeirinhos. O simples fato de viverem às margens do rio configura na perda de mata ciliar.
Segundo o sargento Silvio da Silveira, da Polícia Militar Ambiental de Canoinhas, não há denúncias em relação a poluição do rio Canoinhas, mas ele admite que a fiscalização da corporação não pode garantir que em toda a extensão do rio não exista poluição. ?Somos em 16 soldados (responsáveis por fiscalizar uma área que vai de Rio Negrinho a Santa Cecília), não há como fiscalizar tudo?, admite.
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