Ainda se recuperando dos efeitos da enxurrada e das enchentes, a região foi surpreendida na quarta-feira, 14, por mais um temporal
Vítimas das enchentes já voltaram para casa
As 68 famílias que tiveram de deixar suas casas por conta da enchente dos rios Canoinhas e Negro, em Três Barras, já voltaram para casa. Somente uma família permanecia em um abrigo da prefeitura até ontem. Segundo o Corpo de Bombeiros de Três Barras, as águas baixaram rápido, mas as chuvas que caíram no feriado de segunda-feira e na noite de quarta-feira, 14, preocupam e deixam a cidade em estado de alerta. Conforme meteorologistas previram, outubro está sendo um mês tão chuvoso quanto setembro.
Segundo os bombeiros de Canoinhas e Três Barras, as chuvas de quarta-feira não deixaram nenhuma família desabrigada, mas foram registrados casos de destelhamentos. A principal ocorrência foi a queda da torre de comunicação do 3.º Batalhão de Polícia Militar. Ontem pela manhã a rua Duque de Caxias ficou interditada para retirada dos destroços. O comandante do 3.º BPM, coronel Mário Erzinger, ficou impressionado. Uma sapata de concreto foi arrancada da terra pela força do vento, levando a torre de 40 metros à queda.
Para este final de semana, deve ocorrer chuva rápida hoje e amanhã. Domingo deve ser dia de tempo encoberto com bastante chuva.
Represa deve eternizar problema do Vila Verde
Prefeitura não tem plano para reverter ação de vizinho do bairro
Edinei Wassoaski
CANOINHAS
O loteamento Vila Verde, encravado entre o Campo d’Água Verde e o Mutirão, não é exatamente um local salubre para se viver. Fossas a céu aberto, ruas irregulares e falta de iluminação que favorece a prostituição e o tráfico de drogas compõem o cenário. As chuvas das últimas semanas trouxeram outro problema para os moradores. A enxurrada invadiu casas e fez com que moradores praticamente obrigassem funcionários da Secretaria de Obras a abrir valetas no meio das ruas a fim de escoar a água. Este problema vem se agravando há cinco anos, desde que o proprietário de uma vasta área de terras ao lado do bairro decidiu barrar a entrada da enxurrada em suas terras.
Dessa forma, a água que transborda do rio Água Verde se encontra com água de esgoto e sem a vazão do terreno vizinho cai direto no loteamento. “Isso é uma tristeza, tinha que abrir isso aqui”, protesta Luiz Carlos Graciano apontando para o terreno do vizinho.
Legalmente, o vizinho tem todo direito de fazer o que fez. A prefeitura não tem uma alternativa para reverter a situação. Segundo o secretário de Obras, Fernando de Oliveira, a ação deve ser paliativa. “Vamos revestir as ruas com cascalho e pedregulho, não temos dotação orçamentária para fazer mais que isso”, admite o secretário. Segundo ele, as ações da Secretaria estão centradas no interior, a fim de garantir o escoamento da produção agrícola.
VEREADORES CRITICAM
Uma comissão formada por moradores do loteamento esteve na Câmara na terça-feira, 13. Foi motivo para os vereadores elevarem o tom nas críticas à Secretaria de Obras. Bene Carvalho (PMDB) voltou a culpar o comando da Secretaria pela morosidade. “Tenho esperança de que um dia mude as coisas lá”, cravou.
Todos falaram, disputando para ver quem se importa mais com o Vila Verde. Porém, nenhum apresentou solução para os problemas das estradas do bairro.
Tarciso de Lima (PP) se irritou ao lembrar que 514 indicações foram feitas somente este ano relacionadas a obras de infraestrutura. Ele passou o número dos telefones celulares do prefeito, do secretário de Administração Argos Burgardt, de Oliveira e de um funcionário da Secretaria de Obras, incentivando os moradores a cobrar deles as obras necessárias no bairro. “Três anos passam rápido, daqui a pouco tem eleições, lembrem-se disso”, recomendou.
Bene encerrou a discussão pedindo a convocação do prefeito Leoberto Weinert (PMDB) para tratar do assunto.
PERDAS E DANOS
Ivani Grabas Enpel ainda sente a perda do guarda-roupa que tanto sofreu para pagar. “Estragou tudo”, lamenta. Assim como Ivani, muitos moradores do Vila Verde perderam móveis e tiveram de deixar suas casas por conta da enxurrada de 8 de setembro. A rua onde ela mora, Miguel Darmoros, está intransitável. Dois carros que se arriscaram a passar quebraram. Duas valetas foram abertas na rua no desespero da enxurrada. “O buraco já tá pronto, agora é só colocar o prefeito dentro”, brinca Ivani com a anuência das vizinhas que também tiveram perdas com a enxurrada.
Desde o dia 8, vereadores e secretários passaram pelo bairro. “Agora a gente liga pra eles, nem atendem”, se queixa a vizinha de Ivani, Rosangela Quadros.
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