Fatma culpa Ibama pela morosidade no desembargo
CANOINHAS/TRÊS BARRAS ? Depois de ir a Câmara dos Vereadores e afirmar que a obra da Travessia Urbana estaria liberada pela Fundação do Meio Ambiente (Fatma), no dia seguinte, no caso quarta-feira, 15, o coordenador regional da Fatma, Régines Roeder, voltou atrás no mesmo dia. De acordo com o advogado da Castelar, empresa responsável pela obra, Gilney Guimarães, apenas um quarto do total da obra, foi liberado pela Fatma na quarta-feira.
Na terça-feira, 21, Guimarães estava prestes a entrar com mandado de segurança contra o embargo. Acabou sendo dissuadido por conta da pressão feita pela imprensa, vereadores e entidades de classe que ao saberem da situação, cobraram satisfações de Roeder.
O coordenador, por sua vez, culpou o Ibama pela demora em liberar toda a obra. De acordo com Roeder, o Ibama, que na região é representado pela direção da Floresta Nacional de Três Barras (Flona), precisava emitir um termo de anuência em relação à obra.
Carlos José Ribeiro da Silva, chefe da Flona, no entanto, contestou Roeder. De acordo com Silva, o Ibama ?não libera obra alguma, apenas emite um parecer?. O que no caso específico da Travessia Urbana não seria crucial para a liberação da obra, já que a Travessia não tem impacto sob a Flona. Mesmo assim, Silva afirmou que ainda na terça-feira emitiria o termo de anuência com a obra.
DIVERGÊNCIAS
De acordo com Guimarães a obra da Travessia Urbana não tem motivo para estar embargada. O advogado cita o item 33.12.02 do Consema que explicita que em obras de retificação ou melhoria, como é o caso da Travessia Urbana, não há necessidade de licença e sim de um cadastro ambiental para pedido de corte de vegetação, o que, segundo Guimarães, a Castelar tem.
A usina de asfalto, outra irregularidade apontada pela Fatma, segundo Guimarães, não foi vistoriada por técnicos da Fatma e, justamente no dia em que estava sendo testada, foi flagrada pela Fatma. No entanto, de acordo com Guimarães, a Castelar acatou todas as determinações da Fatma e a usina foi liberada no mesmo dia.
MAIS POLÊMICA
Empresários pedem mudanças
Documento assinado por 14 empresas pede mudança que caso não seja feita, pode sacrificar o comércio no trecho
CANOINHAS ? Quatorze empresários que mantêm comércios diversos às margens da BR-280, no trecho onde está sendo construída a polêmica Travessia Urbana, elaboraram um documento pedindo mudanças no projeto da obra.
De acordo com o documento, os comércios ali localizados serão muito prejudicados caso não seja facilitada a entrada de clientes em seus estabelecimentos, já que o projeto não prevê a construção de passagens para automóveis da rodovia para os pontos comerciais.
?Por comodismo, ninguém vai até um trevo de um quilômetro e retorna para chegar até um posto, restaurante, oficina, borracharia ou loja que está no local?, acredita o empresário Osmar Scholze, que mantém um Posto de Combustíveis às margens da rodovia.
O ideal, segundo o documento seria a abertura de um acesso gêmeo (entrada e saída) em frente ao Posto Eldorado e um acesso em frente a Embrapa. ?Existem comércios que dependem 80% do movimento da rodovia para sobreviverem como é o caso do posto de gasolina, hotel, restaurante, borracharia e oficinas instaladas no local?, alerta Scholze.
O documento foi encaminhado a Câmara dos Vereadores de Canoinhas, prefeitura, Associação Comercial e Industrial (Acic), Câmara dos Dirigentes Lojistas (CDL), Secretaria de Desenvolvimento Regional e Departamento Nacional de Infra-Estrutura e Transporte (DNIT).
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