Maria Rosa Adamcheski e a filha Letieli, adoram morar em Major Vieira. Não à toa: uma tem a mesma idade da cidade e a outra faz aniversário no mesmo dia da fundação
Edinei Wassoaski
MAJOR VIEIRA
A paisagem bucólica da localidade de Rio da Veada, área que já provocou discussão sobre sua municipalidade – houve quem defendesse que pertencia a Canoinhas, mas Major Vieira acabou adotando a área depois de um longo debate –, parece perfeita para o desenvolvimento de uma infância saudável. Ainda mais quando em casa se tem energia elétrica, água encanada, antena parabólica, computador e a possibilidade de se conectar a Internet. Ou seja, nenhuma das comodidades que a tecnologia proporciona falta onde mora Letieli Adamcheski, que amanhã completa 10 anos de idade. Justamente no dia em que sua cidade, Major Vieira, completa 49 anos.
Bem diferente da época em que sua mãe, Maria Rosa, que tem exatamente a idade do município, viveu sua infância. Como sempre morou em Major Vieira, acompanhou passo a passo a evolução do município de chão batido e ‘rua única’, que cresceu muito nas últimas décadas, segundo ela. Ainda lembra quando a mãe juntava queijo, feijão e milho e ia para a cidade trocar por outros alimentos, sistema econômico bastante utilizado no passado.
Maria Rosa nasceu na localidade de Paiol Velho, em 21 de agosto de 1961, quando Major Vieira tinha sete meses. Seus pais tinham vindo de Santa Cecília-SC, em busca de uma vida melhor. Sempre cultivaram a terra. Ela chegou a cursar o primário, mas quando foi convidada para formar uma das primeiras turmas de segundo grau (hoje Ensino Médio) do Colégio Luiz Davet, seu pai deu a tradicional resposta: “Estudar pra que? Pra lavar roupa e cuidar da casa?”.
Com Letieli é diferente. Tanto Maria Rosa quanto o pai, Sílvio, querem ver a filha na universidade.
DATAS
A coincidência de datas pode ter influenciada a simpatia pela cidade que as duas desenvolveram. Apesar de querer estudar Direito ou Pediatria – ainda não tem certeza do que quer –, Letieli quer continuar morando em Major Vieira. Não sente vontade de se mudar. Entre suas três irmãs, uma delas chegou a ir morar em Criciúma. Não gostou e acabou voltando. Todas as filhas de Maria Rosa ajudam os pais na lavoura, até mesmo a mais graduada, que cursou Pedagogia, se pós-graduou, mas o gosto pelo trabalho com a terra acabou falando mais alto. “Bom é o lugar em que a gente não está”, parafraseia a sogra ao lembrar que o melhor lugar para se estar é ao lado da família. Em um lugar tão calmo e inspirador, então, soa perfeito.
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