Na Semana Nacional do Museu, equipe do CN visitou a antiga estação, construída em 1916, que preserva um acervo de grande valor histórico


Nesta semana está sendo comemorada em todo o país, a “Semana Nacional do Museu”, cujo o dia, foi celebrado ontem, dia 18 de maio. O museu, é um lugar de conexão entre passado, presente e futuro, e carrega consigo um aspecto cultural, proporcionando as gerações atuais, conhecerem como era a vida no passado.

Em diversas cidades do Brasil e do mundo, existem museus públicos ou privados, que guardam acervos que contam a história de cada região. No Planalto Norte, diversos museus podem ser destacados, em Canoinhas, Museu Histórico Orty Machado preserva fotos e objetos que remetem a história de Canoinhas, e de seu desenvolvimento até os dias atuais. Em Bela Vista do Toldo, o Museu particular da família Schimborski, preserva itens que remontam aos antigos períodos da agricultura familiar, com equipamentos agrícolas antigos e imagens que mostram o município em outros tempos. Em Irineópolis, o Museu Casarão Domit, hospedado em uma casa quase centenária, mostra como era uma casa de família em décadas passadas, com inúmeros itens colecionáveis no acervo do proprietário, Roberto Domit.

Em Três Barras, Museu de Patrimônio Histórico de Três Barras preserva um acervo com três seguimentos de itens raros distintos: fósseis pré-históricos, objetos antigos doados por moradores, além de um vasto acervo de objetos pertencentes à empresa Southern BrazilLumber&ColonizationCompany e fotos da Guerra do Contestado, que é o principal evento histórico registrado no Planalto Norte de Santa Catarina, que ocorreu entre 1912 e 1916.

A equipe do CN esteve no museu de Três Barras, e conversou com o coordenador Carlos Eduardo Fiolek sobre qual foi o processo para aglutinar tantos objetos para o acervo, e também, sobre quais os cuidados para a preservação do aspecto histórico de cada peça. “Quando começou a história do museu, na década de 80, os objetos foram coletados de várias famílias, e o restante do acervo, foi doado ao longo do tempo pela comunidade. Ao longo da nossa história fizemos resgates, como o caso dos fósseis, e também conversando com pessoas na região, como os próprios militares que passaram pelo Campo de Instrução Marechal Hermes”, explica o coordenador, que tem formação em Turismo e Hotelaria, e há vários anos é o responsável por preservar o acervo do museu, exposto na antiga estação ferroviária de Três Barras, construída em 1916.

Cada visitante que chega no museu, além de poder assistir um vídeo explicativo sobre a história tresbarrense, pode tirar dúvidas com o coordenador, que diariamente aprofunda seus estudos referentes à história. “Eu faço sempre muita leitura e dia após dia eu estou sempre e estudando a história do Contestado para aprimorar.É muito importante também os relatos de pessoas antigas que vem nos visitar, mas a pessoa antiga, que viveu naquela época, contando para a gente, está sempre agregando mais conhecimento”, explica.

ACERVO DA LUMBER

A Southern BrazilLumber&ColonizationCompany, do empresário norte-americano Percival Farquhar, teve grande influência na histórica Guerra do Contestado, e muitos objetos pertencentes à empresa, que eram utilizados na primeira metade do século passado, ainda podem ser vistos no museu de Três Barras. “Temos vários objetos pertencentes e Lumber, como o projetor de filme  que tinha um cinema da empresa, que foi o terceiro projetor de cinema do Brasil, em 1913, ainda durante o período da guerra, temos uma pá que pertenceu a caldeira da Lumber, temos também os extintores de incêndio da Lumber, as geladeiras de madeira, que são de 1945 e foram construídas na Lumber,as seringas do hospital, e vários objetos que pertenceram a Lumber, juntamente com o acervo fotográfico que mostra os trens antigos que passavam pela região, as fotos das comemorações de 4 de julho da Lumber, quando eles comemoravam a independência dos Estados Unidos da América”, conta Fiolek.

CUIDADOS COM O ACERVO

O coordenador do museu conta quais são os procedimentos cotidianos para preservar o acervo que conta com grande valor histórico. “Sempre temos um cuidado especial com todo acervo, e sempre que vem um visitante, já instruímos que ele não pode comer e beber dentro do museu, não pode tirar fotos com flash para não danificar os objetos com o tempo.Na limpeza, sempre temos o cuidado em usar os produtos específicos para cada material, para manter objeto preservado e limpo, cuidado no manejar os objetos sempre com luva, pois o próprio suor das nossas mãos pode danificar a pintura dos objetos, além de ter uma climatização apropriada”, finaliza o coordenador.

PUBLICADA ORIGINALMENTE NA EDIÇÃO DE 19 DE MAIO DE 2023

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